quarta-feira, 23 de maio de 2012

O AVANÇO DOS TRILHOS NO SERTÃO



Lançada por Dom Pedro II, a Transnordestina começou a sair do papel no governo Lula, mas só 40 dos 1.728 quilômetros foram feitos. Agora os responsáveis pela obra aceleram para terminar tudo em 2014.


                Há meio século, o Brasil tinha 37.000 quilômetros de trilhos. De lá para cá, as ferrovias foram sucumbindo à prioridade dada às rodovias e perderam gradualmente a importância como alternativa de transporte, tanto de cargas quanto de passageiros. Hoje, com a desativação das linhas deficitárias, a malha ferroviária do país não chega a 31.000 quilômetros. Com os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), essa tendência de queda foi interrompida. Em recente visita à Transnordestina, a presidente Dilma afirmou que as obras estarão concluídas em 2014.

                Há cerca de 5.000 quilômetros de trilhos em construção, mais 8.000 quilômetros em projeto. Se tudo realmente sair do papel, haverá um acréscimo de 40% na malha brasileira. Entre os grandes projetos em execução, está a ferrovia Nova Transnordestina, que interligará vários municípios do Piauí, do Ceará e de Pernambuco aos portos de Pecém e Suape. Com 1.728 quilômetros de extensão, a Nova Transnordestina tem sua conclusão prevista para o final de 2013. O trecho sul da Ferrovia Norte-Sul, que ligará Palmas, em Tocantins, a Estrela d’Oeste, em São Paulo, deverá ficar pronto em 2014. Juntas essas duas obras já receberam investimentos de 5,5 bilhões de reais.

                Quando a construção da ferrovia foi incluída no PAC, em 2007, a expectativa era de que ela fosse concluída três anos depois. Mas a data de conclusão foi sendo alterada e, no último balanço do programa, apresentado em novembro do ano passado, a previsão para o término da obra era o dia 31 de dezembro de 2014. Os valores da obra também aumentaram. Em 2007, a previsão era gastar R$ 4,5 milhões na construção da ferrovia, mas até 2010 já tinham sido investidos 2,06 bilhões com previsão de mais 3,24 bilhões entre 2011 e 2014.

                Quando ficar pronta, a Transnordestina representará um acréscimo de 6% na malha ferroviária brasileira. Vai ajudar a melhorar o perfil do transporte de cargas no país e a reduzir os fretes. Hoje os trens são responsáveis por apenas 24% do transporte de cargas do país, ante quase 60% dos caminhões. A Transnordestina terá capacidade para transporte de 30 milhões de toneladas anuais. Somente em minério de ferro o potencial estimado é de 22 milhões de toneladas ao ano.

Os números impressionantes da Transnordestina:

740.000 m³ de cimento deverão ser gastos na construção da ferrovia. Esse material seria suficiente para erguer nove estádios como o Maracanã.

786.000 viagens de caminhões serão realizadas para transportar terra durante a obra. Os veículos vão percorrer 3,9 milhões, o equivalente a 99 voltas na Terra.

10.000 operários estão distribuídos em 25 frentes. No auge da obra, em 2012, o contingente deve chegar a 17.000 trabalhadores.

183 pontes e viadutos construídos em toda a obra. Somando tudo, são cerca de 14 quilômetros, o equivalente à extensão da ponte Rio-Niterói.

1.500 equipamentos pesados como tratores, escavadeiras e motoniveladores trabalham na obra. Eles são avaliados em mais de 300 milhões de reais.

Fonte: Conexão Marítima, Fevereiro de 2012, Edição 83, página 10.

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