sexta-feira, 9 de setembro de 2011

INTERMODALIDADE: IMPORTÂNCIA PARA A LOGÍSTICA E ESTÁGIO ATUAL NO BRASIL

O sistema de transporte no Brasil, que ficou vários anos sem receber investimentos significativos, está passando por um momento de transição no que diz respeito às possibilidades de utilização de mais de um modal na movimentação de cargas por toda a cadeia de suprimentos. Isto ocorre principalmente pelo processo de privatização de ferrovias e portos, execução de obras infra-estruturais e também pela iniciativa de vários embarcadores e prestadores de serviços logísticos.

Os tipos de produtos predominantemente transportados por mais de um modal são commodities, como minério de ferro, grãos e cimento, todos caracterizados como produtos de baixo valor agregado. Portanto, para que estes produtos sejam competitivos é indispensável um sistema de transporte eficiente, pois o custo de transporte é uma parcela considerável do valor destes produtos.

Como cada vez mais se busca redução nos custos logísticos e maior confiabilidade no serviço prestado, o uso de mais de um modal no Brasil surge como grande oportunidade para as empresas tornarem-se mais competitivas. Embora se possa observar alguns exemplos de soluções logísticas que contemplem a utilização de mais de um modal, estas iniciativas ainda esbarram em questões infra-estruturais e de regulamentação, tais como: eficiência dos portos, terminais para integração entre os modais e regulamentação da operação de transporte por mais de um modal.

O TRANSPORTE DE CARGAS NO BRASIL

A utilização de mais de um modal representa agregarmos vantagens de cada modal, que podem ser caracterizadas tanto pelo serviço, quanto pelo custo. Associado a estas possibilidades deve-se considerar o valor agregado dos produtos a serem transportados, bem como questões de segurança. Por exemplo, o transporte rodo-ferroviário tem como vantagens em relação ao transporte rodoviário, o custo baixo do transporte ferroviário para longas distâncias e da acessibilidade do transporte rodoviário. Combinados eles permitem uma entrega na porta do cliente a um custo total menor e a um tempo relativamente maior, buscando portanto um melhor equilíbrio na relação preço/serviço. Podemos verificar que para uma determinada distância e volume transportado, a utilização de mais de um modal é a forma mais eficiente de executar a movimentação.

TENDÊNCIAS DA INTERMODALIDADE NO BRASIL

Começam a surgir empresas que ao invés de ofertarem apenas o serviço de transporte, estão se tornando capazes de oferecer soluções que integram outras atividades ao serviço desejado, tais como: o transporte multimodal, movimentação em terminais, armazenagem, gestão do estoque, acompanhamento da carga, entre outras. A utilização de tecnologia de informação é fator fundamental para o desenvolvimento de um serviço que integre os modais, bem como disponibilize informações sobre o status da carga para os embarcadores / clientes. Algumas ferrovias brasileiras já iniciaram este processo, com a implementação de GPS (Global Position System) em suas frotas. Mesmo com todas estas dificuldades recorrentes, os empresários envolvidos nas operações de distribuição de mercadorias acreditam que o intermodalismo é a integração harmoniosa de todos os tipos de transportes. É a tábua de salvação para desafogar as rodovias e fazer funcionar as outras estruturas de transporte de carga.

Visto que, tecnicamente, a integração entre modais pode ocorrer entre vários modais (aéreo-rodoviário, ferroviário-rodoviário, aquaviário-ferroviário, aquaviário-rodoviário) ou ainda entre mais de dois modais. Tem-se no Porto do Rio Grande – RS um forte exemplo de sistema integrador de mais de um modal. Este se interliga a todas as regiões do Estado do Rio Grande do Sul, pela malha rodoferroviária e pelo sistema navegável das Lagoas dos Patos e Mirim, com seus rios tributários. O Porto com suas grandes movimentações de importações e exportações, exporta principalmente commodities, como é o exemplo da soja produzida no Rio Grande do Sul, que segue de caminhão da lavoura até a linha ferroviária, ou da lavoura diretamente para caminhões até chegar ao Porto do Rio Grande onde é exportada para diversos países, como é o caso da China. Se, as condições infra-estruturais dos portos são ainda uma barreira ao desenvolvimento do intermodalismo no Brasil, percebe-se no Porto do Rio Grande um exemplo de excelência em estrutura portuária avançada e econômica, aberta à tendência da intermodalidade no País.




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