quarta-feira, 25 de abril de 2012

Pré-Sal mudará e dobrará a cadeia logística da Petrobrás até 2020



    


    A exploração e produção de petróleo no pré-sal vão exigir uma revolução logística da Petrobras fazendo-a dobrar de tamanho até 2020, para conseguir atender o aumento do consumo de derivados no país, que deve passar dos cerca de 2 milhões de barris diários atuais para 4 milhões de barris diários em 2020, sendo necessário investimentos pesados em infraestrutura para que a operação no mar tenha a maior autonomia possível. 
Desenvolvimento do Pré-Sal
Somente de navios de apoio à operação de exploração e produção a Petrobras aumentará a sua frota para 490 unidades, aumentando consideravelmente o número de navios, que hoje apresente 240 embarcações, em apenas 9 anos. Para que o crescimento da produção possa crescer, como as projeções mostram que será necessário a construção de mais estaleiros no país, para a construção e montagem de novas plataformas de perfuração, tais como a P-53 e P-55 montadas no Porto do Rio Grande nos últimos anos. "Ou se faz novos estaleiros ou ampliam-se os existentes, porque o que tem hoje não atende", disse Paulo Roberto Costa, diretor de Abastecimento da Petrobras, após palestra para executivos no Rio sobre a Petrobras e a indústria naval brasileira.
    Pelo seu diferencial, a exploração do pré-sal vai provocar mudanças nas cadeias de suprimentos dos mais diversos tipos de empresas, além de criar novas atividades logísticas até inéditas em termos mundiais. Em se tratando de tecnologias, há um alerta que as cadeias de suprimento deverão se modernizar, e àquelas empresas que estiverem com métodos ultrapassados e pouco eficientes, certamente ficarão fora do jogo.

P-53

    A Unidade de Serviços de Transporte e Armazenagem da Petrobras explica que a empresa está estudando soluções logísticas inovadoras para dar suporte aos projetos para desenvolver a produção nos reservatórios de pré-sal. Além de concepções inéditas, no Brasil, como os Centros de Distribuição (hubs) de fluidos e passageiros em alto mar, que deverão ser instalados entre a costa e as plataformas de produção, a Petrobras programa construir novas bases portuárias e aeroportuárias para atender ao crescimento esperado das atividades na costa brasileira. Mas como se trata de um processo complexo, a Petrobras ainda está estudando as melhores alternativas para viabilizar a logística do pré-sal.

    Referente a questão de aquisição de equipamento , o índice de nacionalização dos equipamentos e máquinas a serem usados no pré-sal é um ponto delicado da empreitada. A meta, segundo Fehr, é chegar a uma faixa entre 80% e 90% de fornecedores locais, procurando assim influenciar e alavancar a indústria naval nacional, porém o problema é que esse percentual é facilmente preenchido por itens de menor valor agregado e a estatal acaba por adquirir produtos de alta tecnologia do exterior. Para mudar esse quadro, a Abimaq cobra do governo isonomia entre as empresas brasileiras e estrangeiras, principalmente as do Sudeste asiático, em questões como financiamento e tributação.

P-55

     Mesmo com esses dados, há algumas empresas brasileiras que também estão atendendo a demanda da Petrobras, são elas, as siderúrgicas Usiminas e Vallourec &Mannesmann (V&M) e o grupo WTorre, de Santa Catarina, são exemplos de grandes empresas que já se movimentam em direção ao pré-sal. A primeira está instalando na usina de Ipatinga (MG) a tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas. Estão previstos, também, investimentos de R$ 215 milhões no refino secundário da Aciaria 2, também em Ipatinga, com vistas a aumentar a oferta de aço nobre para os setores de petróleo e gás e automotivo. De acordo o presidente da siderúrgica, Marco Antônio Castello Branco, o aço fabricado ali será usado na produção de plataformas, estruturas metálicas e tubulhões para o pré-sal. 
  Obviamente, que para atender a exigências da Petrobras foram feitos grandes investimentos, a V&M investiu na fabricação de tubos de aço sem costura, capazes de resistir a diversas condições de temperatura e pressão, também voltados para a indústria petrolífera. Os investimentos são da ordem de R$ 3 bilhões na planta mineira. A empresa afirma que a produção será destinada ao mercado externo, mas é provável que atenda pedidos da Petrobras. O grupo WTorre vai participar da licitação para a fabricação dos cascos das plataformas destinadas ao pré-sal. Além disso, está construindo um estaleiro e um dique em Rio Grande (RS), onde serão feitos os reparos desses navios para o pré-sal. Em julho, pico da obra, havia 1,5 mil homens trabalhando no local.
    Com o Pré-sal, o Brasil tem um futuro promissor pela frente, mas ele só vai se realizar com o correto uso dos recursos a serem gerados pela exploração das grandes reservas de petróleo e gás natural, bem como a revitalização e formação de infraestrutura dos portos, aeroportos, além de maiores investimento nas áreas de tecnologia e inovação, para que a cadeia logística local também possa se beneficiar diretamente com esse crescimento econômico. 




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