A
exploração e produção de petróleo no pré-sal vão exigir uma revolução logística
da Petrobras fazendo-a dobrar de tamanho até 2020, para conseguir atender o
aumento do consumo de derivados no país, que deve passar dos cerca de 2 milhões
de barris diários atuais para 4 milhões de barris diários em 2020, sendo
necessário investimentos pesados em infraestrutura para que a operação no mar
tenha a maior autonomia possível.
Desenvolvimento do Pré-Sal |
Somente
de navios de apoio à operação de exploração e produção a Petrobras aumentará a
sua frota para 490 unidades, aumentando consideravelmente o número de navios,
que hoje apresente 240 embarcações, em apenas 9 anos. Para que o crescimento da
produção possa crescer, como as projeções mostram que será necessário a
construção de mais estaleiros no país, para a construção e montagem de novas
plataformas de perfuração, tais como a P-53 e P-55 montadas no Porto do Rio Grande nos últimos anos. "Ou se faz novos estaleiros ou ampliam-se os
existentes, porque o que tem hoje não atende", disse Paulo Roberto Costa, diretor
de Abastecimento da Petrobras, após palestra para executivos no Rio
sobre a Petrobras e a indústria naval brasileira.
Pelo seu diferencial, a exploração do pré-sal
vai provocar mudanças nas cadeias de suprimentos dos mais diversos tipos de
empresas, além de criar novas atividades logísticas até inéditas em termos
mundiais. Em se tratando de tecnologias, há um alerta que as cadeias de
suprimento deverão se modernizar, e àquelas empresas que estiverem com métodos
ultrapassados e pouco eficientes, certamente ficarão fora do jogo.
P-53 |
A
Unidade de Serviços de Transporte e Armazenagem da Petrobras explica que a
empresa está estudando soluções logísticas inovadoras para dar suporte aos
projetos para desenvolver a produção nos reservatórios de pré-sal. Além de
concepções inéditas, no Brasil, como os Centros de Distribuição (hubs) de
fluidos e passageiros em alto mar, que deverão ser instalados entre a costa e
as plataformas de produção, a Petrobras programa construir novas bases
portuárias e aeroportuárias para atender ao crescimento esperado das atividades
na costa brasileira. Mas como se trata de um processo complexo, a
Petrobras ainda está estudando as melhores alternativas para viabilizar a
logística do pré-sal.
Referente a questão de aquisição de equipamento , o índice de
nacionalização dos equipamentos e máquinas a serem usados no pré-sal é um ponto
delicado da empreitada. A meta, segundo Fehr, é chegar a uma faixa entre 80% e
90% de fornecedores locais, procurando assim influenciar e alavancar a
indústria naval nacional, porém o problema é que esse percentual é facilmente
preenchido por itens de menor valor agregado e a estatal acaba por adquirir
produtos de alta tecnologia do exterior. Para mudar esse quadro, a Abimaq cobra
do governo isonomia entre as empresas brasileiras e estrangeiras,
principalmente as do Sudeste asiático, em questões como financiamento e
tributação.
P-55 |
Mesmo com esses
dados, há algumas empresas brasileiras que também estão atendendo a demanda da
Petrobras, são elas, as siderúrgicas Usiminas e Vallourec &Mannesmann (V&M) e o grupo WTorre, de Santa Catarina, são exemplos de
grandes empresas que já se movimentam em direção ao pré-sal. A primeira está
instalando na usina de Ipatinga (MG) a tecnologia de resfriamento acelerado de
chapas grossas. Estão previstos, também, investimentos de R$ 215 milhões no
refino secundário da Aciaria 2, também em Ipatinga, com vistas a aumentar a
oferta de aço nobre para os setores de petróleo e gás e automotivo. De acordo o
presidente da siderúrgica, Marco Antônio Castello Branco, o aço fabricado ali
será usado na produção de plataformas, estruturas metálicas e tubulhões para o
pré-sal.
Obviamente, que para atender a exigências da
Petrobras foram feitos grandes investimentos, a V&M investiu na fabricação
de tubos de aço sem costura, capazes de resistir a diversas condições de
temperatura e pressão, também voltados para a indústria petrolífera. Os
investimentos são da ordem de R$ 3 bilhões na planta mineira. A empresa afirma
que a produção será destinada ao mercado externo, mas é provável que atenda
pedidos da Petrobras. O grupo WTorre vai participar da licitação para a
fabricação dos cascos das plataformas destinadas ao pré-sal. Além disso, está
construindo um estaleiro e um dique em Rio Grande (RS), onde serão feitos os
reparos desses navios para o pré-sal. Em julho, pico da obra, havia 1,5 mil
homens trabalhando no local.
Com o Pré-sal, o Brasil tem um futuro promissor pela frente,
mas ele só vai se realizar com o correto uso dos recursos a serem gerados pela
exploração das grandes reservas de petróleo e gás natural, bem como a revitalização e formação de infraestrutura
dos portos, aeroportos, além de maiores investimento nas áreas de tecnologia e
inovação, para que a cadeia logística local também possa se beneficiar
diretamente com esse crescimento econômico.
Fontes:
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