O
FUTURO DA DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS
As
grandes redes de farmácias e drogarias ganharam destaque recente pelo
surgimento da maior varejista do setor, fruto da compra da Drogão pela Drogaria
São Paulo. Negociações como esta deverão se tornar ainda mais comuns. Trata-se
de uma nova realidade com a qual o setor terá que lidar. Novas fusões podem ser
esperadas ainda para este ano.
Mas
em diferentes cantos do País, o varejo independente também arregaça as mangas e
observa uma expansão significativa. De acordo com levantamentos da Abrafarma -
Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias e do IMS Health, 90%
dos 63 mil pontos de vendas de medicamentos no Brasil são farmácias e drogarias
que independem de uma rede. O faturamento mensal destas mais de 56 mil lojas
supera R$ 14 bilhões.
Ao
que tudo indica, o número de estabelecimentos independentes tende a crescer
ainda mais. O aumento na renda das classes C e D aqueceu o mercado, favorecendo
a abertura de novos negócios. Com a disponibilidade da classe média em gastar
mais, a oferta de serviços e produtos em geral aumenta. Quando se fala em
produtos de primeira necessidade, a disponibilidade é imediata.
Para
o atacado farmacêutico, trata-se de um público estratégico. São pontos de venda
que precisam das distribuidoras para repor seus estoques, diferente de algumas
grandes redes que possuem centros de distribuição próprios. Neste sentido, a
consolidação e expansão destas lojas significam crescimento também para a
atividade atacadista.
Tantas
mudanças e tendências suscitam a questão: E o atacado neste cenário? Para onde
caminha o futuro da distribuição? Uma vez que o segmento já trabalha com as
margens de desconto no limite, o grande fator de diferenciação das atacadistas
farmacêuticas estará na qualidade dos serviços. Será cobrada cada vez mais
eficiência na entrega de medicamentos e as distribuidoras já estão preparadas
para isto.
Mais
do que qualidade na realização da tarefa, o processo de distribuição exige
planejamento, visão estratégica e muita ousadia. E para manter o excelente
serviço prestado atualmente em todo o Brasil e acompanhar este potencial
crescimento, o atacado aposta no desenvolvimento, cada vez mais no capital
humano e em novas ferramentas.
O
uso da tecnologia para a implantação da rastreabilidade de medicamentos será
com certeza um divisor de águas para toda a cadeia farmacêutica. No que diz
respeito especificamente à logística, a medida ajudará fortemente no combate ao
roubo de cargas, desvios, falsificações, com garantia de mais segurança desde a
indústria até os consumidores.
Recentemente,
a Abafarma - Associação Brasileira do Atacado Farmacêutico anunciou a
elaboração de um manual técnico de manuseio, armazenagem e logística de
medicamentos termoinstáveis (sujeitos a controle de temperatura).
Também
serão oferecidos treinamentos para profissionais das distribuidoras associadas
envolvidos na recepção, armazenagem, controle e na logística de
transporte.
Atualmente,
não há regulamentação específica para procedimentos logísticos destes produtos.
Hoje a distribuição é pautada apenas pelas Boas Práticas de Transporte de
Medicamentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela
orientação dos fabricantes.
Outra iniciativa é a criação
de comitês temáticos. São frentes de trabalho formadas por representantes de
associadas e profissionais especializados em diferentes áreas, que por meio de
reuniões e estudos analisam e sugerem melhorias para assuntos ligados ao setor.
A entidade já conta com os comitês Tributário/Fiscal, Nota Fiscal Eletrônica,
Regulatório/Rastreabilidade e Embalagem Terciária.
Todas as ações visam
acompanhar a dinamicidade do setor farmacêutico. É pensando no futuro do
segmento que hoje a distribuição trabalha para aprimorar sua atividade e
continuar a cumprir seu papel de levar medicamentos da indústria para o varejo.
Para o futuro, ainda mais eficiência e qualidade estão garantidos.
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