sexta-feira, 22 de junho de 2012


A Logística nas Missões de Paz: o caso Haiti

O surgimento e o desenvolvimento da logística ocorreram no meio militar quando da necessidade de se manter o fluxo dos suprimentos necessários à manutenção dos soldados em combate, pelo maior período de tempo possível. A partir daí, as teorias e técnicas foram aperfeiçoadas e adaptadas, de acordo com a evolução humana, para proporcionar soluções, principalmente ao meio empresarial, após a 2ª Guerra Mundial, visando à otimização de tempo e recursos para a redução de custos e aumento dos lucros.

Nesse contexto, a logística tornou-se uma “ferramenta” indispensável a qualquer tipo de organização, em todos os ramos de atividade, ganhando relevante destaque, também, em situações de caos, nas quais tem sido observada como imprescindível no apoio à resolução de problemas emergenciais.

Dentre essas situações, têm-se evidenciado as ações humanitárias que são desenvolvidas pelo mundo todo, principalmente as missões de paz, com especial atenção à Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti, a Minustah, que desde 2004, comandada pelo Brasil sob a coordenação da ONU, atua com o objetivo de reestruturar social, política e administrativamente o país mais pobre das Américas, através do restabelecimento da lei e da ordem e de ações cívico-sociais junto à população.

A logística como ferramenta fundamental nesse tipo de missão, tem nos resultados práticos apresentados no Haiti, comprovada importância como base indispensável para a manutenção dos voluntários das Nações Unidas que atuam nessas operações.

Lamentavelmente, os trabalhos da Minustah, que vinham sendo realizados em um ritmo progressivo e apresentando soluções extremamente positivas, foram abalados, assim como as estruturas do país, pelos terremotos já noticiados pela imprensa.

Isso, porém, veio a enfatizar, mais uma vez, a importância da atenção ao desenvolvimento de técnicas e adaptações na área logística, para se evitar contratempos como o ocorrido após o primeiro terremoto, em 12 de janeiro, em que foi verificada a insuficiência de pessoal e liderança para a rápida formação de uma equipe, focada exclusivamente na manutenção do fluxo dos suprimentos necessários aos trabalhos de resgate e atendimento das necessidades das próprias vítimas da tragédia, e que só teve a atenção devida após o destaque dado pela imprensa mundial.

No entanto, apesar de o momento ser trágico, oferece a oportunidade para um estudo de viabilidade do desenvolvimento e adaptação de técnicas para a formação de um novo conceito logístico, o qual pede a compilação de teorias e ações já aplicadas pelas logísticas militar e empresarial, focado no atendimento a situações de calamidade, em prol do salvamento de vidas, ou seja, o conceito da logística do caos.

Fonte: Conselho Regional de Administração /RS, artigo idealizado por Juliano Bastolla D Oliveira, Administrador e  2º Sargento de Logística do Exército, encarregado de recebimento, controle e distribuição de suprimento de Santa Rosa - RS

Opinião do aluno

A logística de distribuição, assim como no meio competitivo civil, exerce fundamental importância no meio militar. A Intendência, arma que integra os meios administrativos da força, utiliza a logística de distribuição no que tange ao reabastecimento de munição, alimento (ração) e combustível para a tropa que se encontra no teatro de operações. Em missão de paz, a logisitica militar tem como finalidade suprir as tropas que encontram-se em países amigos devastados por catástrofes naturais, ou por outro motivo que ali esteja sendo empregada. Desde o apoio direto para a manutenção da tropa no terreno, até a ajuda humanitária realizada pelo Exército Brasileiro em países como Haiti, Serra Leoa e Senegal, a logística de distribuição militar vem logrando-se de êxito no contexto atual.

Rômulo Arpini

segunda-feira, 18 de junho de 2012

LOGÍSTICA REVERSA: plano sustentável para todos





Logística Reversa, mudança de pensamentos sustentáveis da população

A Logística Empresarial vem sofrendo uma constante evolução, a partir dos anos 90 com a constante preocupação sobre a utilização dos recursos naturais, assim como o acúmulo de produtos industrializados nos grandes centros, as grandes empresas passaram a serem as culpadas pela sociedade por este problema. Com o advento deste cenário surgiu o conceito de Logística Reversa.
Define-se como Logística Reversa, a área que planeja, opera e controla o fluxo, e as informações logísticas correspondentes ao retorno dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, através dos Canais de Distribuição Reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômico, ecológico, legal, competitivo, de imagem corporativa, dentre outros. Cabe à logística reversa o fluxo reverso de produtos, seja qual for o motivo: reciclagem, reuso, recall, devoluções, etc. 
Com o aumento das pressões da sociedade para produtos e processos ecologicamente corretos, a reciclagem ganha força e a logística reversa é um dos principais motores deste movimento. Além de contribuir legitimamente para a redução dos impactos ao meio ambiente há um ganho de imagem para a empresa que o faz. Há exemplos de reciclagem que já são práticas comuns: latas de alumínio, garrafas pet, papel, dentre outros itens de pós-consumo.



Processos da Logística Reversa


Há também a reutilização, notadamente com as sobras industriais, partes de equipamentos e sucatas em geral. No entanto, existe também o fluxo de produtos do consumidor de volta ao vendedor por iniciativa do usuário: quando ele não está satisfeito com uma compra, ele devolve o produto (bastante comum no comércio eletrônico ou erro de escolha do produto em lojas físicas).
De maneira geral, três fatores estimulam o retorno de produtos: (1) consciência cada vez maior da população para a necessidade de reciclar e de se preocupar com o meio ambiente; (2) melhores tecnologias capazes de reaproveitar componentes e aumentar a reciclagem; (3) questões legais, quando a legislação obriga que as empresas recolham e deem destino apropriado aos produtos após o uso.

CONSCIENTIZAÇÃO BASTA?
           Esse é outro ponto fundamental. Além da responsabilidade dos fabricantes ao se desfazerem daquilo que criaram com o menor impacto para o meio ambiente, precisa haver o compromisso dos clientes de fazer a melhor compra e não se guiar apenas pelo menor preço. A LR reversa começa no momento em que o produto é produzido, se estende ao ato da compra e reinicia o ciclo quando é devolvido como matéria-prima para ser reinserido.
           Há inúmeras empresas que diminuíram o tamanho das embalagens de seus produtos sem afetar seu conteúdo para gerar menos lixo, que montam os equipamentos que comercializam pensando na facilidade que terão em desmontá-los para reciclá-los depois e claro que procuram utilizar materiais reciclados e, principalmente, recicláveis em sua confecção.



Jornal do Brasil - Logística reversa deverá estar implantada em todo o país em 2015

Cadeia Logística Reversa
        A implantação da logística reversa em todo o país deverá ocorrer, no mínimo, em 2015, estima o secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Nabil Bonduki.
        A logística reversa, dentro da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), prevê o retorno para a indústria de materiais como eletroeletrônicos e pneus, para que possam ser novamente aproveitados pelo fabricante. Para isso, requer o envolvimento de todos na cadeia logística: fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e o próprio consumidor, responsável pela devolução do produto aos postos de coleta.
        A PNRS, aprovada em 2010, estabeleceu prazo até 2014 para a implantação da logística reversa e de outros pontos relativos à reciclagem e reutilização de resíduos sólidos, como o fim dos lixões. “E olha que estamos bem adiantados, se comparados a alguns países europeus”, disse Nabil Bonduki, fazendo referência à Alemanha, que iniciou a implantação da logística reversa há quatro décadas. “E eles até hoje só conseguem recolher 50% das lâmpadas usadas”, exemplifica o secretário.
        Com as novas regras, haverá uma mudança de ação por parte das indústrias, que passarão a usar tecnologias mais limpas, mudando embalagens e metais usados na produção, para facilitar a reutilização.
        Inicialmente, o plano de logística reversa nacional engloba o recolhimento de resíduos e embalagens de agrotóxicos; pilhas e baterias; pneus; óleos lubrificantes; lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; e produtos eletroeletrônicos e seus componentes. Cada produto está em uma fase de implantação diferente. No caso dos agrotóxicos, há campanhas de recolhimento de embalagens nos postos de venda. Os óleos lubrificantes já contam com uma política de recolhimento em algumas partes do Sul do país.       
         As regras para o recolhimento de lâmpadas têm proposta de edital pronta, que depende de aprovação do Ministério do Meio Ambiente. Os produtos com a logística reversa mais atrasada são os eletroeletrônicos, que ainda não têm edital concluído.
         “A coisa é complexa, pode levar certo tempo para se concretizar. E vai precisar de muita educação ambiental e obrigação social”, disse Nabil Bonduki.
          O secretário destaca que a participação do consumidor será fundamental em todo o processo. “É preciso à conscientização das pessoas para entregar o produto, ter a infraestrutura apta a recebê-lo e uma logística para recolher e levá-lo para o destino final e uma estrutura de reciclagem desses produtos”, ressalta.
          A lei prevê punição para os envolvidos na cadeia produtiva que não colaborarem com a nova política, assim que ela estiver totalmente implantada no país. As penalidades vão da cobrança de multa até o processo com base na Lei de Crimes Ambientais.

Fontes:
http://www.revistaportuaria.com.br






terça-feira, 5 de junho de 2012

Roteirização Urbana na Distribuição da Rede McDonald’s


Toda operação Logística do sistema Mc Donald’s está a cargo da empresa Martin-Brower, que desde a chegada do Mc ao Brasil em 1982 atua no abastecimento dos restaurantes em todo o País. Ao efetuar a distribuição, a Martin-Brower além da frota exclusiva de veículos e equipe própria para essa  operação, conta com todo um sistema integrado com o McDonald’s, em que todos os pedidos dos restaurantes são recebidos, processados e automaticamente alimenta o sistema interno para o abastecimento e a distribuição física aos restaurantes. Neste momento a integração do sistema ocorre através de um  roteirizador que ajuda na escolha das rotas e alternativas de entrega.
            A roteirização tem como finalidade organizar o sistema de distribuição aos restaurantes servindo 560 pontos com cerca de 150 veículos em todo o Brasil, e 80% deles em grandes capitais. Como a distribuição é feita com entregas pré-definidas em dias e horários, a consolidação da carga no maior número de restaurantes permitido, compatível em volume, pode refletir diretamente na utilização dos recursos e na kilometragem rodada. Considerando que, km rodado influencia no número de motoristas, no número de caminhões e está ligado diretamente a manutenção e ao consumo, otimizar estes fatores torna-se um dos objetivos da roteirização. Outro aspecto interessante é que o processo de carga esta atrelado ao fato do veículo utilizado na distribuição do McDonald’s ter 3 compartimentos diferente, exigindo um  exercício matemático para saber se o volume vendido e alocado para cada veículo é suficiente, gerando otimização ou não.
A Martin-Brower utiliza um software de roteirização chamado “Transportation Routing” (conhecido como Trucks) da emprega Manugistics NetWorks, devidamente integrado com o ERP da empresa. Este software, para se executar a roteirização, vai exigir uma série de parâmetros que compõe as características da distribuição. Vale lembrar aqui, que a organização e metodologia utilizada para organização de dados e entrega, ou definições de janelas de entrega, negociações com os pontos, forma de controlar e executar a distribuição não são parâmetros exigidos, mas instrumentos de gestão que permitem ao roteirizador ter as informações para melhor calcular as alternativas. O sistema é uma ferramenta que ajuda nas decisões e mecaniza cálculos que demandaria muito tempo, dando opções para tomada de decisão quanto à melhor rota a adotar. Mas se a gestão é falha e não há embasamento nos dados, o sistema vai gerar informações no mesmo nível.
É fundamental num processo como esse haver dinamismo e instrumentos rápido de análise, pois todo dia os pedidos entram e devem ser programados para uma rota, de forma que atenda todos os horários correto de entrega. Em contrapartida, a rota deve ser a mais curta em distância e tempo, a que melhor otimize o volume no veículo (pois veículo andando vazio é prejuízo), bem como não exija veículo a mais do que o necessário para não haver investimentos desnecessários. Enfim, a explosão de implicações é abrangente e afetaria diretamente o desempenho da empresa. Além desse processo de roteirização a integração do sistema com o ERP é importante, além é claro do processo e do modelo de distribuição estar bem definido.
Entende-se pelo modelo de distribuição todas as fases de documentação antes da movimentação nos armazéns, o trabalho no armazém, a carga dos veículos, a organização de escala dos motoristas e o processo de descarga bem integrado com os tempos previstos.
Considerando a extensão de restaurantes do Mc Donald’s, é de extrema importância a utilização de roteirizadores integrados ao sistema da empresa, para que a rede consiga contar com informações precisas e úteis para a tomada de decisão sobre distribuição, decisões para a melhor ocupação da carga dos meios de transporte, para que estes não andem vazios ou com espaço disponível, a melhor rota para a economia de kilometragem rodada, a reposição correta dos pedidos de cada restaurante na data e hora necessária. É importante ressaltar que utilizando o software, ele irá realizar todos os cálculos e fornecer todas as informações necessárias, mas caberá ao gestor tomar a melhor decisão para a otimização do processo. 

fonte: http://www.maurovivaldini.com/PDFs/Roteirizacao%20Urbana.pdf