Lançada por Dom Pedro
II, a Transnordestina começou a sair do papel no governo Lula, mas só 40 dos
1.728 quilômetros foram feitos. Agora os responsáveis pela obra aceleram para
terminar tudo em 2014.
Há meio
século, o Brasil tinha 37.000 quilômetros de trilhos. De lá para cá, as
ferrovias foram sucumbindo à prioridade dada às rodovias e perderam
gradualmente a importância como alternativa de transporte, tanto de cargas
quanto de passageiros. Hoje, com a desativação das linhas deficitárias, a malha
ferroviária do país não chega a 31.000 quilômetros. Com os investimentos do
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), essa tendência de queda foi
interrompida. Em recente visita à Transnordestina, a presidente Dilma afirmou que
as obras estarão concluídas em 2014.
Há cerca
de 5.000 quilômetros de trilhos em construção, mais 8.000 quilômetros em
projeto. Se tudo realmente sair do papel, haverá um acréscimo de 40% na malha
brasileira. Entre os grandes projetos em execução, está a ferrovia Nova
Transnordestina, que interligará vários municípios do Piauí, do Ceará e de
Pernambuco aos portos de Pecém e Suape. Com 1.728 quilômetros de extensão, a
Nova Transnordestina tem sua conclusão prevista para o final de 2013. O trecho
sul da Ferrovia Norte-Sul, que ligará Palmas, em Tocantins, a Estrela d’Oeste,
em São Paulo, deverá ficar pronto em 2014. Juntas essas duas obras já receberam
investimentos de 5,5 bilhões de reais.
Quando a
construção da ferrovia foi incluída no PAC, em 2007, a expectativa era de que
ela fosse concluída três anos depois. Mas a data de conclusão foi sendo
alterada e, no último balanço do programa, apresentado em novembro do ano
passado, a previsão para o término da obra era o dia 31 de dezembro de 2014. Os
valores da obra também aumentaram. Em 2007, a previsão era gastar R$ 4,5
milhões na construção da ferrovia, mas até 2010 já tinham sido investidos 2,06
bilhões com previsão de mais 3,24 bilhões entre 2011 e 2014.
Quando
ficar pronta, a Transnordestina representará um acréscimo de 6% na malha
ferroviária brasileira. Vai ajudar a melhorar o perfil do transporte de cargas
no país e a reduzir os fretes. Hoje os trens são responsáveis por apenas 24% do
transporte de cargas do país, ante quase 60% dos caminhões. A Transnordestina
terá capacidade para transporte de 30 milhões de toneladas anuais. Somente em
minério de ferro o potencial estimado é de 22 milhões de toneladas ao ano.
Os números
impressionantes da Transnordestina:
740.000 m³ de cimento
deverão ser gastos na construção da ferrovia. Esse material seria suficiente
para erguer nove estádios como o Maracanã.
786.000 viagens de
caminhões serão realizadas para transportar terra durante a obra. Os veículos
vão percorrer 3,9 milhões, o equivalente a 99 voltas na Terra.
10.000 operários estão
distribuídos em 25 frentes. No auge da obra, em 2012, o contingente deve chegar
a 17.000 trabalhadores.
183 pontes e viadutos
construídos em toda a obra. Somando tudo, são cerca de 14 quilômetros, o
equivalente à extensão da ponte Rio-Niterói.
1.500 equipamentos
pesados como tratores, escavadeiras e motoniveladores trabalham na obra. Eles
são avaliados em mais de 300 milhões de reais.
Fonte: Conexão Marítima, Fevereiro de 2012, Edição 83, página
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